CAIO E O DRAGÃO
DOURADO (Parte 4)
Logo que amanheceu,
os dois se alimentaram, e partiram seguindo as pegadas do dragão.
Caio percebeu que,
foi só retomarem a busca, a alegria tornou a se apagar no rosto de Camilo.
Desconfiado, perguntou:
– Por que não me diz
o que está acontecendo?
Camilo fingiu ignorar
a pergunta, e Caio, sem parar de cavalgar, insistiu:
– O que você está
escondendo? Por que não facilita o meu trabalho e diz logo tudo o que sabe
sobre esse dragão? Aposto que você já o viu.
Como Camilo
permanecesse calado, Caio olhou para trás para poder observar a expressão em
seu rosto. Ficou surpreso ao verificar que uma névoa de ódio e tristeza
encobria suas bochechinhas rosadas e contraía suas feições.
Foi só naquele
momento que Caio percebeu que Camilo não era tão ingênuo quanto ele acreditara.
A contração em seu rosto parecia mais um esforço para tentar segurar a lava de
sentimentos tempestuosos que estava prestes a emergir de seu peito.
Não conseguindo mais
suportar o olhar firme de Caio, Camilo finalmente disse magoado:
– Ajude-me a descer.
Não quero mais acompanhá-lo, porque me enganei a seu respeito.
Caio, reagindo às
palavras de Camilo, exclamou:
– Que história é
essa?!... É você quem está prestes a explodir e não eu! Você é mesmo uma
criança, ou será um daqueles serezinhos endiabrados que as pessoas dizem
proteger esses dragões infames?
Camilo rebateu
prontamente:
– Os duendes não são
seres endiabrados! Eles têm mais coração do que você e a aquela sua princesa
assassina!
Caio ia dizer algo em
defesa de Cândida, mas o choro convulsivo de Camilo obrigou-o a se calar.
Sisi Marques
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